segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Filmes da semana* (31/07 a 06/08)

O carro chefe desse blog (pelo menos pra mim) é essa sessão, que está de volta, mas com uma mudança, ao invés de sair na quarta, sairá no domingo (ou segunda), pra melhor maximizar meu tempo.





Intriga Internacional (North by Northwest, EUA, 1959, Dir.: Alfred Hitchcock, 131 min): Afred Hitchcock é o Diretor que mais emplacou pôsteres aqui nessa sessão; e não é à toa, afinal de contas é um dos melhores diretores do todos os tempos (meu 2° preferido); e em "Intriga Internacional" Hitchcock volta a um de seus temas favoritos, o do homem comum que pelo acaso é jogado em situações impossíveis. Isso tem uma razão, é pra fazer você, o espectador, se identificar com o personagem principal, fazê-lo imaginar como se sentiria se fosse você naquela situação. No mais, Hitchcock exibe mais uma vez sua costumeira habilidade em construir cenas de suspense e ação, como a fantástica cena do avião e a do Monte Rushmore. Cary Grant e Eve Marie Saint fazem um trabalho habilidoso, pode-se constatar isso pelo fato de que a rapidez com que o casal se forma não causa estranheza em nenhum momento. Destaque final pra TRILHA de Bernard Herrmann, que simplesmente não sai da sua cabeça. 5 estrelas.


Red - Aposentados e Perigosos (Red, EUA, 2010, Dir.: Robert Schwentke, 111 min): O que se pode dizer sobre "Red" é que ele é um filme divertido, nada mais que isso; contando com um elenco estelar (Bruce Willys, Morgan Freeman, Helen Mirrem, John Malkovich além de participações de Ernest Borgnine e Richard Dreyfuss) o filme tem cenas absurdas de ação misturadas com outras nem tanto; aliás, a sequência de sequestro parece mais uma sequência de um Heist movie do que uma sequência de ação propriamente dita; mas enfim, o filme vale à pena pelo John Malkovitch. 3 estrelas.


Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, EUA, 2011, Dir.: Joe Johnston, 124 min): "Capitão América" é mais um dos filmes da Marvel em que nos é apresentado um heroi que mais tarde irá formar os Vingadores (A Liga da Justiça da marvel). O Capitão América foi originalmente concebido na época da 2ª Guerra Mundial, como forma de valorização dos EUA e incentivo para seus soldades, em suma, é uma propagaganda de guerra em forma de Gibi, e nessa lógica, é interessante ver como o Caveira Vermelha (seu arqui-inimigo nazista) é uma criatura que se assemelha fisicamente muito a um diabo, mostrando a demonização dos nazistas. Assim, é bom notar que esse filme ocorre durante a 2ª Guerra Mundial, época própria ao Capitão América, o triste é notar que as partes mais interessantes do filme ocorrem justamente antes de Steve Rogers se transformar em Capitão América, em que ele é um sujeito franzino (viva a computação) e bondoso; depois disso é meio que ladeira abaixo, as cenas de ação são bem, beeeeem mais ou menos, e a história parece não encaixar, pelo menos srve pra ver um pouco o Howard Stark. Resta a esperança que o filme dos Vingadores (Mark Ruffalo como Hulk? sei não) ser bom. 3 estrelas.


Um Crime de Mestre (Fracture, EUA/Alemanha, 2007, Dir.: Gregory Hoblit, 113 min): Ao ver que foi traído, homem mata sua esposa e é preso, e um jovem e talentoso promotor, prestes a abandonar o cargo deve conduzir seu julgamento, mas nada consegue provar que o esposo matou a mulher. Apesar dessa interessante premissa, ao chegarmos ao fim do filme vemos que muito do que aconteceu se deu à coincidência ou sorte, e, apesar de num filme um elento ou outro precisar ser extrapolado, aqui o recurso é aplicado à exaustão, ademais, o personagem principal é inteligentíssimo, e parece injustificado as provocações que faz ao promotor, que reconhece ser inteligente, sendo mais algo que o roteiro exige do que algo que alguém na posição dele faria. Anhony Hopkins está seguro como sempre e Ryan Gosling cumpre bem seu papel, mas o filme não dá liga. Uma pena. 3 estrelas.


Você Não Conhece o Jack (You Don't Know Jack, EUA, 2010, Dir.: Barry Levinson, 134 min): Filme feito para a TV é de tamanha qualidade que me espanta que ninguém tenha tentado fazer isso pro cinema antes. Vemos a história de Jack Kevorkian, também conhecido como Dr. Morte, que auxilia doentes terminais a cometerem suício e terem uma morte mais decente. Interpretado por Al Pacino de forma maestral (e como é bom ver Al pacino atuando bem novamente), seu Jack Kervokian é um sujeito inteligentíssimo, mas isso acaba levando ele pra uma certa soberba que atrapalha em seus relacionamentos humanos, parecendo estar sempre a ponto de explodir (menos quando está com seus pacientes). O filme ainda é interessante ao mostrar a questão da eutanásiasem ser apelativo ao apelar para um lado, o que interessa aqui é Jack Kevorkian. 4 estrelas.


Ao Mestre, Com Carinho (To Sir, with Love, Reino Unido, 1967, Dir.: James Clavell, 105 min): Você já viu algum filme em que um professor/diretor chega numa escola em que os alunos são meio barra-pesada e que ninguem põe fé, mas esse professor/diretor consegue mudar as coisas? Pois é, "Ao Mestre, Com Carinho" foi o primeiro deles. Aqui Sidney Poitier é um professor (de TODAS as matérias) que consegue mudar uma classe de alunos indesejados na Inglaterra. Apesar de ser um bom filme, a verdade é que ele está meio datado, como pela inserção por 4 vezes da música "To Sir, With Love", e de momentos como o da edição da viagem ao museu. Em outros momentos a história não flui de maneira orgânica, como na transformação final do último aluno que resitia ao professor, e como uma pessoa formada em engenharia da comunicação consegue emprego de professor pra dar aula em todas as matérias?. Por outro Lado, Poitier encarna muito bem seu professor, uma pessoa que já foi pobre e que conseguiu se educar, sendo um homem paciente, educado e limpo (assistam ao filme e entenderão), mas enfim vc acredita na integridade do personagem, méritos pra Poitier. 3,5 estrelas.


A Fita Branca (Das weiße Band - Eine deutsche Kindergeschichte, Alemanha/Áustria/França/Itália, 2009, Dir.: Michael Haneke, 144 min): Haneke é um diretor que gosta de causar desconforto, e que em seus filmes procura levantar mais questões do que respondê-las, pois o importante é a discussão, não as respostas. Em "A Fita Branca" estranhos eventos acontecem num vilarejo da Alemanha, em um período de um ano antes da 1ª Guerra Mundial; um médico é derrubado de seu cavalo por um arame devidamente colocado por este fim, uma jovem criança é espancada, um garoto com retardo mental é surrado à quase cegueira, celeiros pegam fogo, entre outros, deixando à população local assustada. O interessante é notar que, à exceção do Professor e, talvez, do mais jovem filho do Pastor, todos os personagens do filme tem algo de ruim e sombrio em si, e os eventos que acontecem (segundo a análise da minha irmã que faz psicologia) é uma forma de transferir a punição à alguém mais fraco e também a alguém que tem defeitos, num círculo vicioso, os mais fortes punem e os mais fracos procuram alguém mais fraco ainda para punirem. A coisa chega a um ponto tal que eu, particurlamente, acreditei que a moça que o professor namorava, também tinha um devio moral, já que, como já dito, todos são ruins, e apesar de nada ser mostrado contra a moça, não significa que ela seja certinha. Vale à pena comentar também a fotografia, que em Preto e Branco, e com a sucessiva utilização de espaços apertados e escuros, causa no espectador a sensação de claustrofobia e desconforto que se deseja transferir. Por fim, vale o comentário de que as crianças do filme serão a geração de nazistas da Alemanha da 2ª Guerra, e aqui cabe a discussão, aquele mundo perverso gerou pessoas perversas, no mundo atual, isso não poderia acontecer de novo? Acontecimentos como o Atirador da Noruega, me levam a crer que sim. 5 estrelas.



*Os filmes da semana são mini-críticas, altamente pessoais e subjetivas, sobre os filmes que eu vejo durante a semana. O cartaz do post é sempre do filme que eu mais gostei.

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Um comentário:

Corellian disse...

A Fita Branca destroçou com minha audição no cinema... oh troço alto da porra...