Infância Roubada (Tsotsi, África do Sul/Reino Unido, 2005, 94 min): Filme que mostra a transformação de um jovem bandido Sul-africano quando, ao roubar um carro, descobre que há um bebê no banco de trás. A experiência com esse bebê acaba fazendo ele ver os aspectos negativos de sua própria vida. Se você reparou bem, esse tipo de filme em que uma relação com outro ser transforma a vida de um marginal é bem batida, mas a vantagem aqui é que essa relação/transformação não é forçada, ocorrendo naturalmente, e nesse sentido a atuação do jovem Presley Chweneyagae é bem convincente. Bom também ver o filme se desenvolver no cenário de pobreza da África do Sul. 3,5 estrelas.
Uma Aventura na África (The African Queen, EUA/Reino Unido, 1951, 105 min): Filme do grande Diretor John Huston, traz Humprey Bogart num tipo de papel que não era muito a dele: cômico. Aliás, a beleza desse filme, se assim pode ser dito, reside nas atuações e interações de Humprey Bogart e Katherine Hepburn, que de um casal que não se suporta passa a, acredite se puder, se amar; mesmo admitindo que os momentos românticos não são tão bons quanto os em que eles estão em desavença. O roteiro justifica o título em português, pois o casal passa por corredeiras, mata fechada, sangue-sugas e até destruir um barco. 4 estrelas.
Apenas Uma Vez (Once, Irlanda, 2006, 85 min): Ótimo filme que mistura drama, romance e musical em um só. Acompanhamos a história de um rapaz que toca suas composições pelas ruas de Dublin e acaba conhecendo uma imigrante tcheca e os dois desenvolvem uma espécie de relacionamento. Os pontos chaves desse filme são as interpretações do casal em questão e as músicas apresentadas, que são muito, muito boas, tanto que uma delas foi premiada com o Oscar de melhor canção. E o casal atua muitíssimo bem, fazendo você se envolver com os personagens e até torcer para que tudo dê certo. 4,5 estrelas.
Os Assassinos (The Killers, EUA, 1946, 103 min): Filme noir clássico baseado em um conto de Ernest Hemingway, o charme dessa película esta em sua edição, que é contada em flashbacks, mas não necessariamente esses flashbacks são em ordem cronológica. Mesmo assim, o expectador nunca fica cansado, aliás, a história é bastante envolvente, com reviravoltas trama elaborada. 4 estrelas.
O Barco (Das Boot, Alemanha Ocidental, 1981, 149 min): Excelente filme que mostra os percalços da tripulação de um submarino alemão durante a 2ª Guerra Mundial. Esse é um daqueles filmes que fazem você perceber a beleza do cinema, porque você se envolve tanto com a tripulação, que quando você vê, você está torcendo pelos nazistas!!! Claro que o filme, para ser mais palatável com a audiência, deixa o nazismo e o sentimento nacionalista quase que totalmente fora do filme, pois o que importa aqui é o drama humano, são pessoas tentando sobreviver em condições adversas, e aqui há um show da direção de arte do filme que recria o apertado interior do submarino em toda a sua claustrofobidade. Destaque também para a maquiagem, que vai ao pouco mostrando a deterioração do homem na clausura do submarino, ficando cada vez mais barbudos e pálidos. 5 estrelas.
Os Mercenários (The Expendables, EUA, 2010, 103 min): Filme que reúne (quase) todos os heróis de ação dos anos 80, em uma trama que também é do estilo dos filmes oitentistas; um grupo de mercenários que tem que derrubar um ditador de uma pequena ilha da América Central. Bem, o filme até que diverte, mas devo confessar que a coordenação das cenas de batalhas não foi lá muito boa, e as lutas individuais parecem um tanto quando exageradas; e o sangue digitalizado é simplesmente constrangedor. Ponto alto do filme mesmo foi a reunião em cena de Sylvester Stallone, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. E Willis rouba a cena. 3 estrelas.
Agonia e Glória (The Big Red One, EUA, 1980, 113 min): Um tanto quanto auto-biográfico (o filme é baseado em experiências do Diretor Samuel Fuller na 2ª Guerra), "Agonia e Glória" foi meio que uma decepção para mim, pois apesar de ser considerado um dos grandes filmes de guerra, achei o estilo de filmagem das batalhas muito assemelhado aos da década de 50/60. As interpretações, apesar de não serem ruins, não colaboram, porque você não se envolve, nem torce por eles. Um dos raros filmes de Mark Hamill que não é "Star Wars". 3 estrelas.
Tarde Demais para Esquecer (An Affair to Remember, EUA, 1957, 119 min): Clássico romance/drama. Conquistador inveterado conhece moça em viagem transatlântica e se apaixonam. Só que os dois já possuem um relacionamento. Então eles decidem que vão se separar dos repectivos namorados e, deposi de seis meses, se encontrar no topo do Empire State Building. O grande mérito desse filme é exatamente o fato de ele caminhar muito bem pelos dois gêneros, sendo a primeira metade uma comédia romântica bem divertida e a segunda metade um drama, embora, seja aquele drama açucarado que as mulheres gostam. Na segunda metade há também uma repetição desnecessária de uma música, mas ainda assim é um bom filme. 4 estrelas.
*Os filmes da semana são mini-críticas, altamente pessoais e subjetivas, sobre os filmes que eu vejo durante a semana. O cartaz do post é sempre do filme que eu mais gostei.