As críticas estão meio mequetrefes, mas vá lá... quem lê isso aqui msm?
127 horas (127 Hours, EUA/Reino Unido, 2010, Dir.: Danny Boyle, 94 min): Baseado na historia real de Aron Ralston, que ficou 127 horas preso numa rocha enquanto escalava, tendo que amputar o próprio braço para não morrer. A grande façanha deste filme está em manter a atenção do público, já que a ação do filme ocorre basicamente num único local, e nesse sentido o filme é dotado de um ritmo e de uma edição maravilhosas (apesar de que aqui e ali a edição fica um pouco brega, como na parte em que ele fica tirando fotos pelo caminho. A atuação de James Franco também é fundamental para que o filme funcione, mostrando uma energia e vigor (ao contrário de seu estado "chapado" que apresentou no Oscar), além de racionalismo e um certo estoicismo. A cena em que ele corta os ligamentos dói na alma. 4 estrelas.
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, EUA, 2010, Dir.: Lisa Cholodenko, 106 min): É costume nos últimos anos a Academia indicar uma comédia ao prêmio de melhor filme. Se não fosse por isso, eu talvez não me interessasse em assistir Minhas Mães e Meu Pai; e pra dizer a verdade, eu não ia perder muita coisa não. O filme até que parte de uma premissa interessante, que é a de dois garotos, criados por lésbicas, que foram inseminadas pelo mesmo doador de sêmem, e que agora desejam conhecer o pai. Apesar de seus momentos engraçados e das atuações muito boas de Mark Ruffalo (o cara que se descobre um pai amável e que é sensível) e de Annette Benning (a lésbica "homem da casa", que gosta dum goró e é meio estourada), o problema, pra mim, é que todo mundo é certinho demais, muito politicamente correto; além disso, não há veracidade no envolvimento da personagem de Julianne Moore com o de Mark Ruffalo; e o final "todo casamento é difícil mas a gente supera os problemas" é tão clichê que te desanima. 3 estrelas.
Inverno da Alma (Winter's Bone, EUA, 2010, Dir.: Debra Granik, 100 min): Tocante história sobre uma garota que precisa achar seu pai, ou corpo dele, para que não tenham a casa tomada pela Justiça. O filme se escora basicamente na atuação de Jennifer Lawrence, que foi indicada ao Oscar de melhor Atriz, minimalista e correta, Jennifer consegue exprimir tanto a ousadia de sua personagem, em sair à procura do pai num ambiente hostil, como sua insegurança e medo diante dos perigos que encontra. A direção também é muito bem conduzida, fazendo com que os expectadores sintam toda a opressão daquele pedaço de terra esquecido por Deus, em que as pessoas tem que começar a traficar para sobreviver. Destaque ainda para as atuações de John Hawkes e Dale Dickey. 5 estrelas.
Cría Cuervos (idem, Espanha, 1976, Dir.: Carlos Saura, 110 min): Filme sobre uma pequena garota que relembra pedaços de sua infância após a morte de seus pais, é uma espécie de tratado sobre a vida na Espanha à época do Ditador Franco, em que a vida era reprimida, e os segredos eram necessários para se manter uma espécie de vida. Boa atuação da pequena Ana Torrent. 4 estrelas.
E Sua Mãe Também (Y Tu Mamá También, México, 2001, Dir.: Alfonso Cuarón, 106 min): Por conter elevado teor sexual, além de conversas pesadas, este filme pode ser menos palatável para plateias mais sensíveis, mas a verdade é que tanto as cenas como os diálogos são extremamente necessários para mostrar a vida dos adolescentes que só querem saber de sexo e drogas, e que acabam numa jornada de descobertas, tanto das verdadeiras amizades como da própria sexualidade. 4 estrelas.
Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are, EUA/Alemanha, 2009, Dir.: Spike Jonze, 101 min): Baseado em um famoso livro (lá nos EUA pelo menos), Onde Vivem os Monstros é uma bela alegoria sobre os conflitos, medos e sonhos da infância. Vivendo com a mãe divorciada e a irmã mais velha que não lhe dá atenção, Max gosta de se divertir, brincar, mas se ressente da falta de atenção da mãe, da irmã. Após uma discussão com a mãe, Max foge e acaba indo parar numa ilha onde vivem os tais monstros. Só que cada monstro reflexo de um aspecto de sua personalidade, e no processo de conviver com os monstros, aprende a importância da família e compreensão. E o fato de os monstros serem enormes pessoas em fantasias e não animações digitais foi importantíssimo para conferir autenticidade ao filme. 4 estrelas.
A Origem (
Inception, EUA/Reino Unido, 2010, Dir.: Christopher Nolan, 148 min):
CRÍTICA AQUI. 5
estrelas.
O Profeta (Un Prophète, França/Itália, 2009, Dir.: Jacques Audiard, 155 min): Maravilhoso filme francês que mostra a ascensão de um pequeno meliante de origem árabe ao statuss de grande criminoso. Passado quase inteiramente dentro de uma prisão, o filme demonstra como na maioria dos casos o sistema penitenciário acaba, ao invés de ressocializar, é aprofundando os problemas que o levaram lá em primeiro lugar. A Atuação de Tahar Rahim é singular, conseguindo exprimir o medo, a raiva e a inteligência de quem faz tudo para atingir seus interesses. 5 estrelas.
Em Busca da Vitória (Vision Quest, EUA, 1985, Dir.: Herold Becker, 105 min): Uma mistura de Rocky com Karatê Kid, é um exemplo de filme da década de 80, descompromissado, com cortes rápidos em estilo video-clipe. Vocês já viu esse filme, só o tema que era diferente. Mas ainda assim, diverte. 3,5 estrelas.
O Rio da Aventura (The Big Sky, EUA, 1952, Dir.: Howard Hawks, 140 min): Mais um dos clássicos tipos de filme que o Hawks gostava de fazer, com homens em uma missão árdua por uma terra perigosa. Embora não chegue ao nível de Rio Vermelho ou Onde Começa o Inferno, este filme é muito bom para vermos certas tradições dos EUA à época, ademais, Hawks foi corajoso ao "permitir" o relacionamento de um branco com uma índia, o que à época ainda era (ainda deve ser) mal visto. Não gostei da atuação do Kirk Douglas, sempre sorrindo, o cara tá com um ferimento de bala no corpo e tá rindo. 3,5 estrelas.
*Os filmes da semana são mini-críticas, altamente pessoais e subjetivas, sobre os filmes que eu vejo durante a semana. O cartaz do post é sempre do filme que eu mais gostei.